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Como é que é o herói Ferdydurke? Interiormente é apenas fermento, caos, imaturidade. Para se manifestar exteriormente, e sobretudo face aos outros homens, é que ele tem necessidade da forma (…) mas esta forma limita-o, viola-o, deforma-o.»
O herói é Jozio, que acaba de fazer trinta anos e é raptado pelo seu ex-professor para voltar ao liceu. Condenado a sentar-se nas carteiras de uma sala de aulas, rodeado de adolescentes e de um mestre antigo-regime, a sanidade do protagonista passa a enfrentar uma permanente ameaça, forçado pelo absurdo das circunstâncias. A sua resposta face rs pressoes deformantes da vida quotidiana, atreitas a fabricar inteligencias, doutrinas, obras-de-arte, ciencia, morais e responsabilidades de etiqueta social, é a chacota, a imaturidade, o disparate, o grotesco, a embirraçao, a inteligencia trágica de tudo pôr em causa. Ou, entao, a simples careta, máscara que se pespega para onde quer que o protagonista se vire, máscara em constante formaçao-deformaçao que desanca nos ideais, no romantismo dos ideais e no ideal do nao-romantismo, macaqueia da linguística, puxa as ceroulas r crítica e r análise, um anti-romance cheio de escárnio tenaz contra a saloiada da "nomenclatura" literária e académica e que troça das formas humanas, da maturidade dos eternos e respeitáveis valores da civilizaçao, um livro perfeito de imperfeiçoes que espatifa a postura da razao de estado da cultura.