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O encontro com o mundo índio não é hoje um luxo. Tornou-se uma necessidade para quem quer compreender o que se passa no mundo moderno. Não basta porém compreender; trata-se de tentar ir até ao fimde todas as galerias obscuras, de procurar abrir algumas portas — quer dizer, no fundo, tentar sobreviver. O nosso universo de cimento e de ramificações eléctricas não é simples. Quanto mais se o pretende explicar,mais ele se nos escapa. Viver por dentro, hermeticamente fechado, seguindo os impulsos mecânicos, sem procurar trespassar estas muralhas e estes tectos, é mais do que inconsciência; é expormo-nos ao perigo desermos pervertidos, mortos, tragados. Sabemos hoje que não há verdades; apenas há explosões, metamorfoses, dúvidas. Bem entendido, queremos abalar. Mas para onde? Todos os caminhos são parecidos, todos são um regresso ao próprio indivíduo. É pois preciso procurar outras viagens.
J. M. G. Le Clézio
J.M.G. LE CLÉZIO
Jean-Marie Gustave Le Clézio nasceu em Nice, a 13 de Abril de 1940. Até meados dos anos 70, a sua obra, que conheceu logo de início um grande sucesso, foi muito marcada pelas pesquisas formais do «novo romance». Depois, o interesse pela história da sua própria família, o amor das viagens e o fascínio que nutria pelas culturas ameríndias encaminharam-no para novos modelos literários, tendo por base o mito e uma extraordinária riqueza imagética, de pendor quase alucinatório. É autor de mais de quarenta obras de ficção(romances, contos e novelas), bem como de alguns ensaios. Em 1963, logo no início da sua carreira, recebeu o Prémio Renaudot. Em 2008, foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da Literatura.
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- Ano: 2008
- Número de páginas: 133
- Capa: Brochada
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