Raparigas no inferno

O cabelo castanho, longo e brilhante, espalhava-se como um véu em torno da sua cabeça, movendo-se suavemente ao ritmo do vento. Os olhos, ainda abertos, fixavam-se na porta, enquanto a mão estendida parecia implorar silenciosamente. Os lábios, pálidos sob o reflexo rosado da luz, permaneciam entreabertos, como se tentassem murmurar uma última palavra ou oferecer um derradeiro suspiro.

NOVE HORAS ANTES: Numa pacata cidade montanhosa, Cheryl Coleman observa ansiosamente a tempestade pela janela da cozinha. O som de uma batida forte à porta faz as suas mãos tremerem. Ela troca um olhar preocupado com as filhas antes de, com relutância, girar a maçaneta…

AGORA: A detetive Kay Sharp encara um novo caso devastador. Uma mãe solteira foi brutalmente assassinada diante das suas três filhas. Erin, de apenas três anos, está deitada a poucos centímetros do corpo, com as tranças soltas e o rosto marcado por lágrimas. Heather, de oito anos, foi encontrada escondida debaixo da cama, enquanto Julie, a mais velha, desapareceu sem deixar rastro.

O relógio corre contra Kay. As três malas alinhadas no corredor revelam que a família estava prestes a fugir. Mas fugir de quem? E porquê? Kay sabe que, para encontrar a irmã que desapareceu, vai precisar de falar com as crianças mais novas. Mas Heather está em choque, incapaz de articular o que quer que seja, e Erin só consegue murmurar: «Veio um monstro.» Determinada a desvendar o mistério, Kay mergulha numa investigação intrépida e vertiginosa que a vai levar às profundezas de um crime.