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O discurso constitui a razão de ser deste ensaio. É colocada a questão da sua natureza, proposicional, performativa e institucional. É interrogado o funcionamento social de alguns dos seus usos, pedagógico, científico, religioso e político. É analisado o modo como a discursividade se conjuga hoje com a racionalidade, designadamente, com a racionalidade pragmática, estética e tecnológica. A principal ideia argumentada neste livro é a de que na ordem do discurso encenamos a verdade para exercer o poder.
Acontece, no entanto, que nunca agimos como queremos, mas sim como podemos, em condições concretas de espaço, tempo e interlocução. E por essa razão se coloca a questão da sede da produção do sentido. Na experiência relacional do sujeito de comunicação cumpre-se, é essa a hipótese aqui desenvolvida, o jogo dialógico do discurso do conhecimento em geral, que repete ordens, quando faz supor que apenas afirma a liberdade.