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" Diogo de Sá pode ser considerado um dos humanistas portugueses mais eruditos da centúria de Quinhentos. A pesquisa desenvolvida em torno da sua vida permitiu avançar com novos dados e posicionar este homem numa teia de relações familiares e interindividuais com outras reconhecidas personalidades da cultura portuguesa deste período, nomeadamente: Mem de Sá, Sá de Miranda, Fr. Luís de Soutomaior, D. João de Castro, Fr. Jerónimo de Azambuja, Pedro Nunes, Álvaro Gomes, Fr. Francisco Machado e João de Barros. Da produção escrita de Diogo de Sá continuava por editar a obra Inquisição e Segredos da Fé, que trazemos agora a luz, após a transcrição do Tratado dos Estados Eclesiásticos e Seculares apresentada na nossa dissertação de mestrado, no ano 2000. Além da edição crítica integral deste texto, foi realizado o seu estudo, a partir de um conjunto de tópicos de abordagem e de uma análise quantitativa dos autores que suportam a argumentação do escritor. Esta obra produzida no contexto do Concílio de Trento, uma vez que foi situada a sua redação entre os anos de 1557 e 1562, apresenta inúmeras influências erasmianas e inscreve-se no grande debate religioso que se fazia sentir na Europa, aberto pelo movimento da Reforma. A Inquisição e Segredos da Fé e, sem qualquer dúvida, um dos principais textos da literatura apologética anti-judaica produzidos em Portugal no seculo XVI, apesar de permanecer até agora inédito e quase desconhecido. A Inquisição terá sido responsável por este texto se ter conservado manuscrito, uma vez que o mesmo apresenta inúmeras marcas de censura preventiva. Na mesma série de controvérsia religiosa em que se inscreve esta obra de Diogo de Sá situa-se também o Diálogo Evangélico de João de Barros. Sobre estes dois textos traçamos algumas linhas de reflexão, tendo por base as lógicas de afinidade(s) e de distanciamento(s) existentes nas suas unidades discursivas." - Repositório da Universidade de Lisboa