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Vitória nasceu em Angola, mas foi criada pelos avós em Portugal. Para ser, talvez, uma «boa esposa». Marca-a um trauma que não ultrapassou: nunca conheceu a mãe, uma revolucionária angolana. A poucos meses do seu casamento, foge para Angola. À procura da mãe e da sua identidade também, sexual até.
Chega a uma Luanda do começo do século XXI, caótica, de flagrantes contrastes sociais, aguarela em que tragédia e comédia roçam ombros. Zacarias Vindu, general envolvido no tráfico de armas, que declama poesia, e Romena Cambissa, viúva furacão, são as principais personagens que a guiam, ou não, em Luanda. Mas é no Huambo, numa Angola mágica e mística, que vai descobrir novas pistas, ao conhecer Juliana Tijamba, que fez a guerra civil com a mãe, um encontro que desperta todos os fantasmas de Vitória. É então obrigada a confrontar-se com o seu passado e a resolver-se como adulta. Entre a sátira e a tragédia, o abandono e a ruptura, esta é uma história de autodescoberta. Um romance contemporâneo, urbano e feminino.