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Esta é uma das grandes sátiras antiutópicas do século XX e é uma inspiração para muitos autores, de Orwell a Vonnegut.
O Homem descobre uma espécie de salamandra altamente inteligente e aprende a explorá-la, escravizando-a, mas algo corre mal…
Na sua ânsia para desenvolver ainda mais as capacidades das salamandras (a fim de as poder usar), o Homem vai dar-lhes todas as armas necessárias para que elas estejam em posição de desafiar o lugar do ser humano no topo da cadeia animal. A guerra está iminente… e a destruição do ser humano é uma realidade…
Ao longo da obra assistimos à satirização da ciência, do capitalismo, do fascismo, do jornalismo, do militarismo, e até de Hollywood, mas ainda assim o autor dá-nos uma ficção num tom humano e cómico, mais do que fantástico.
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Já muito se disse sobre A Guerra das Salamandras (1936): livro de culto, conto filosófico hilariante, distopia visionária. Esta visão satírica de uma loucura abissal, segundo Thomas Mann, remonta ao momento em que, ao largo da ilha de Tana Masa, o capitão Van Toch descobre salamandras inteligentes, bichos afáveis e cordiais, longe de imaginar que elas mudariam o mundo.
Em breve, estes operários do mar estão no centro de um lucrativo comércio mundial, tornam-se cobaias científicas e atracções em jardins zoológicos, vítimas de bem-intencionadas Sociedades para a Questão Salamandrina e de arautos do comunismo global, são linchados nos EUA e temas de sondagens em tablóides (As Salamandras Têm Alma?).
Toda a classe salamandrina porá então os olhos na humanidade e, seguindo o seu exemplo, reivindicará o planeta. A Guerra das Salamandras é não só a obra-prima de Karel Capek, publicada em plena ascensão do nazismo, mas também a história de um tiro no pé desferido pela nossa própria espécie e de um desastre épico patrocinado alegremente pela ganância internacional e pela tolice humana.