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A senhora era portuguesa, tinha sido internada no hospital com queixas vagas, dizia-se cansada, tinha tosse, não tinha febre.
O caso foi entregue a um estudante de medicina, que a observou, fez análises, e não viu razão para cuidados: era só uma velhota a queixar-se. Uma manhã ela acordou mal disposta. Mas como de resto estava tudo na mesma, o estagiário, mais uma vez, esqueceu o assunto. O chefe dele, porém, ficou preocupado. E apesar de ter dezenas de outros casos em mãos, decidiu ir ver a paciente.
Chegou mesmo a tempo de evitar um choque séptico, provocado por uma pneumonia fulminante. E salvou-a da morte.
O jovem estudante, Atul Gawande (hoje um dos melhores cirurgiões do mundo), nunca mais se esqueceu do caso. Tinha feito tudo bem.
Mas faltara-lhe aquela pontinha suplementar de atenção, de diligência, que faz toda a diferença entre ser "apenas" um bom médico e ser um médico excepcional.
É justamente sobre essa diferença que nos fala este livro notável.
O autor percorre o mundo à procura de médicos excepcionais, que aliam a imaginação ao empenho para fazer mais e melhor.
Ser Bom Não Chega é nesse sentido uma lição sobre a contínua superação dos limites. E é, ao mesmo tempo, a comovedora confissão de um médico, que apesar dos erros luta todos os dias para ser (ainda) melhor.