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Estreia em Portugal de um dos mais brilhantes pensadores franceses contemporâneos, As Caças ao Homem (2010) traça a evolução desta forma de violência imemorial e sistemática no Ocidente: das capturas na Grécia Antiga à actual perseguição de imigrantes ditos ilegais na Europa. Esta prática concreta – que visou ciganos e indigentes na Idade Média, abarcou a escravatura, ataques a nativos do Novo Mundo e o confinamento e extermínio de hereges e judeus ao longo dos tempos – suscitou, ao invés do silêncio, discursos de legitimação dos perpetradores e dos seus aliados. Nesta «história filosófica das teorias da caça ao homem», Grégoire Chamayou aponta uma matriz comum às históricas relações de predação e às lógicas de exclusão e xenofobia na contemporaneidade, expondo, em suma, a persistência da barbárie.