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O best-seller internacional do autor de Trabalhos de Merda que veio revolucionar tudo o que pensamos sobre dinheiro, dívida e sociedade.
Antes de haver dinheiro, havia dívidas. Durante mais de 5000 anos, desde o início dos primeiros impérios agrários, os seres humanos utilizaram sistemas de crédito elaborados para comprar e vender bens - ou seja, muito antes da invenção da moeda ou do dinheiro. É também nessa época que encontramos pela primeira vez uma sociedade dividida em devedores e credores, cabendo aos segundos, como agora, o monopólio da violência, através do qual ascenderam à posição preeminente que ocupam na hierarquia social.
Assim o afirma o antropólogo David Graeber, numa inversão assombrosa da sabedoria convencional. Graeber mostra que a discussão sobre dívida e perdão da dívida tem estado no centro dos debates políticos desde a Itália renascentista até à China imperial, tendo sido igualmente pretexto para inúmeras insurreições. Demonstra também que a linguagem das antigas obras de direito e religião (palavras como «culpa», «pecado» e «redenção») deriva em grande parte de debates antigos sobre a dívida e determina inclusivamente as nossas noções mais básicas de certo e errado.
Ainda hoje travamos estas batalhas.
2022; 658 p.