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Na viragem dos séculos XIX para XX a «questão da população» tem um impacto social significativo nas atitudes e orientações de grandes instituições (como a Igreja Católica), na legislação estatal, na restrita esfera da ciência e mesmo na opinião pública, publicada e discutida. O «neomalthusianismo», movimento em favor de um autocontrolo da natalidade, muito articulado com o movimento social do operariado e com as preocupações socialistas e pacifistas (mas fazendo essencialmente apelo à responsabilidade individual), provindo sobretudo de Inglaterra, França e Holanda, irrompe então com sucesso, utilizando modos de acção inovadores nos países em vias de industrialização onde a «questão social» (grandes massas de trabalhadores, pobres e desqualificados, concentrados nos subúrbios urbanos) se coloca com premência.
Na primeira metade do século XX, este movimento teve existência em Portugal, com uma primeira vaga vizinha da implantação da República, a que se seguiu uma reacção agudizada pelas condições do pós guerra, e com uma segunda onda mais ténue, nas difíceis condições dos anos 30 e 40, já marcada pelas manifestações do birth control americano e pelas sensibilidades do individualismo contemporâneo, de onde se originaram as posteriores iniciativas do «planeamento familiar».
Projecto Movimento Social Crítico e Alternativo: memória e referências.