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Inimigo público n.º 1 em França, Jacques Mesrine (1936-1979) assaltou vários bancos e fugiu de prisões de alta segurança. Em Novembro de 1979, a polícia encurrala-o e criva-o de balas. Em 1976, na sua cela, antes de mais uma espectacular fuga, redige O Instinto de Morte, uma autobiografia que, além de relatar a sua história de vida no mundo do crime, denuncia o horror dos estabelecimentos prisionais – tugúrios onde reclusos são transformados em monstros – e o isolamento que quase o destruiu psicologicamente. Livro controverso, a sua publicação foi atribulada e envolveu ameaças ao editor francês. A reedição da obra coincidiu com a morte do responsável da histórica editora Champ Libre, em estranhas circunstâncias. A alucinante vida de Mesrine fez d’O Instinto de Morte um clássico, já adaptado ao cinema (L’Instinct de Mort, protagonizado por Vincent Cassel), e converteu o autor num símbolo de liberdade e da revolta permanente contra a ordem e o Estado.
Lisboa: Antígona, 2013, 427 p.
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