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Nunca a história nos permitiu lançar um olhar tão penetrante sobre a sorte desumana que nos está reservada, nunca uma tal lucidez foi tão cega perante as nossas possibilidades de a conjurar. A tirania planetária do lucro aposta no carácter arcaico das reacções contestatárias para fazer crescer o seu poder, desmantelando sectores úteis à sociedade e propagando uma miséria existencial que multiplica os comportamentos suicidários. A nossa única hipótese de abolir a civilização mercantil consiste em favorecer a emergência de uma civilização humana, baseando-nos, com a intenção de a ultrapassarmos, na única e verdadeira nova economia. Chegou o tempo de tomarmos consciência disto: a nossa riqueza reside numa vida afinada pelo progresso da sensibilidade e da inteligência humanas. Não temos que a sacrificar nem pagar por ela o preço do infortúnio. O nosso combate já não é sobreviver numa sociedade de predadores, mas viver entre os vivos.
2003; 126 p.