Este livro está na lista de favoritos de 2 utilizadores.
A tarefa da ideologia capitalista é manter o véu que impede as pessoas de ver que as suas próprias atividades reproduzem a forma da sua vida quotidiana; a tarefa da teoria crítica é revelar as atividades da vida quotidiana, torná-las transparentes, fazer com que a reprodução da forma social da atividade capitalista seja visível nas atividades diárias das pessoas.
em A reprodução da Vida Quotidiana
O percurso intelectual de Fredy Perlman (1934-1985) exprime de forma muito eloquente a evolução do pensamento crítico (a que podemos chamar radical, que vai à raiz) decorrida entre o pós-guerra e o nosso tempo, ao longo da travessia que vai da assunção iluminista do progresso como categoria incontestável à desmontagem dos fundamentos dessa ideia de progresso. De início marxista “convencional”, Fredy foi operando modificações nas suas análises e perspectivas a partir da sua própria experiência prática, designadamente como estudante e professor universitário, e dos novos conhecimentos que foi carreando nas lutas sociais e em extensas leituras e releituras da História, que o levaram a empreender uma crítica radical da industrialização e uma importante reavaliação da história dos povos tribais ou sem Estado, em particular nos seus dois últimos livros, o influente ensaio Against His-Story, Against Leviathan(1983) e o romance The Strait (1988, edição póstuma cujo 2º vol., incompleto, nunca foi editado).
Nesta compilação de textos, para além daquele que dá título ao livro A Reprodução da Vida Quotidiana, incluímos também Tudo Pode Acontecer; Revolta na Jugoslávia Socialista; Dez Teses Sobre a Proliferação dos Egocratas; O Progresso e a Energia Nuclear: a Destruição do Continente Americano e dos seus Povos; O Anti-Semitismo e o Pogrom de Beirute e A Contínua Atração do Nacionalismo, já anteriormente editado em pequeno formato.
2015; 148 p.