A revolução é a minha namorada: memória de António Gonçalves Correia, anarquista alentejano

Gonçalves Correia foi talvez o mais ativo propagandista do anarquismo no Alentejo e um dos mais curiosos libertários portugueses. Adepto das doutrinas humanistas de Tolstoi, o anarquista de S. Marcos da Atabueira acreditava que a transformação social – via para a “sociedade futura” por que tanto ansiou – começava na transformação do indivíduo, através da bondade e da fraternidade. Princípios que ele próprio, ao longo da vida, não se cansou de praticar, o que demonstra como é redutora a ideia comum que identifica anarquismo com violência. A sua maior originalidade foi, contudo, a criação da Comuna da Luz, no Vale de Santiago, e da Comuna Clarão, em Albarraque, ensaios falhados de uma sociedade mais justa e igualitária.