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Os personagens criados pela autora penetram em nosso subconsciente como figuras marcantes dos nossos tempos. Somente a audácia e o conhecimento, a sensibilidade e a acuidade da autora poderiam nos transmitir e comunicar esse quase indevassável mundo. Talvez seja este o seu livro mais corajoso, porque ela aborda de uma só vez dois problemas estranhos e angustiantes: a frustração de uma jovem esposa nos contatos amorosos com seu marido (a quem, no entanto, admira acima de tudo) e o trauma sentimental de suas experiências sexuais num colégio de freiras e da paixão nutrida por uma religiosa. "Muros altos" é desses livros verdadeiramente irrespiráveis (no bom sentido), que se leem de um folego só.