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Com o Auto da Alma, Gil Vicente eleva a alegoria do mundo como passagem para a vida verdadeira e eterna a um apuro formal que lhe garante um lugar à parte na literatura europeia.
O Auto da Feira, tendo esta mesma tensão como fundo, permite ainda apreciar a confluência de géneros dramáticos da tradição medieval num mesmo auto e, sobretudo, permite assistir ao debate de ideias suscitado pela crise da Igreja no século XVI.
Em Gil Vicente, a religiosidade genuína legitima a crítica mordaz a que a própria Igreja não pode escapar. São esse sentimento religioso e essa crítica certeira que continuam a tocar-nos hoje profundamente.
Ano: 1991