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Ano: 2015
Conheci o Vítor Ilharco há alguns anos, no âmbito dos trabalhos e iniciativas da “APAR”, Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso. Surpreendeu-me o seu Sentido Humano, as análises cirúrgicas sobre a sociedade portuguesa e o seu humor mordaz mas sempre educado. Com o tempo e a continuação de muitas horas em comum, percebi o homem fascinante por detrás de uma profunda humildade, personalidade contrastante com o comum nos dias de hoje. Na tarefa de escrever estas poucas palavras li o seu novo livro. Primeiro na diagonal, depois com a atenção cativada por cada linha. E mais tarde trabalhando em memória as muitas ideias provocadas por cada crónica. No final fica a sensação de que Portugal ainda não está morto. Apenas moribundo, às portas da morte, atacado pelo vírus da alienação. Um agente infecioso que entra discretamente no corpo e se aloja minando a perceção do que se está vivendo. E por já não ser possível enxergar, com a alma, já não existe no doente a necessidade de agir. Nem qualquer motivo ou vontade para tal! Ao longo do livro, as crónicas surgem com palavras que lembram anticorpos capazes de localizar e, se não destroem, pelo menos perturbaram esse vírus da alienação. A par da reflecção atenta, e fruto de uma inteligência rara, o livro do Vítor oferece-nos também muitos momentos de deliciosas gargalhadas … Obrigado ao meu amigo por mais este contributo à cidadania. Os meus parabéns pelo estilo. Ao leitor, desejo que lhe cause semelhante encanto.»
Quintino-Aires