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COMEMORAÇÃO DOS 100 ANOS DA ENTRADA DE PORTUGAL NA FRENTE EUROPEIA DA I GUERRA MUNDIAL.
Foi a decisão política mais relevante da I República, realizada sem consulta popular ou qualquer explicação ao país. As consequências foram trágicas: para a população, para os combatentes e para o próprio regime, que começou a definhar com a entrada de Portugal na Grande Guerra. Entre 1917 e 1918, mais de 50 mil homens partiram para as trincheiras da Frente Ocidental. A maioria nunca saíra das suas aldeias e vilas.
Morreram milhares; outros tantos foram feitos prisioneiros e enclausurados em campos de internamento e de trabalhos forçados na Alemanha, França, Bélgica e Polónia. Morreram 260 expedicionários portugueses nesses cativeiros - o número resulta de uma nova contagem feita a partir do cruzamento de fundos documentais, publicando-se aqui a lista dos mortos, juntamente com informações biográficas e militares. Na historiografia nacional e internacional sobre a Primeira Guerra Mundial, a história dos prisioneiros de guerra continua a ocupar um lugar ensombrado.
A publicação de documentação inédita, entre a qual correspondência censurada, e a evocação dos dias de cárcere destes homens procuram dissipar essa sombra, atribuindo-lhes a justiça possível: a memória.