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Como explicar a importância crescente da comunicação nas sociedades modernas? Ficará ela a dever-se apenas à proliferação dos televisores e de outras «máquinas de comunicar»? Contrariando aquilo que designa por justificações triviais, Philippe Breton avança uma tese muito mais radical: a comunicação tornou-se uma nova utopia, tanto mais aglutinadora quanto mais real é a crise das grandes ideologias - o socialismo e o liberalismo.
A análise crítica dos estudos desenvolvidos por Norbert Wiener, o matemático americano que está na origem da nova sociedade tornada «transparente» graças ao milagre da comunicação e do «homem novo» que deveria habitá-la, ajuda Breton a demonstrar como a «sociedade de comunicação» pode abrir caminho à violência e à exlusão.