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Ao fim do dia, sentava-se junto à janela da salinha de estar e ficava longas horas de olhar perdido por cima dos pinhais e observava o voo dos pássaros que diminuía no horizonte descrevendo um "v" ondulante que parecia ser levado pelo vento.
E se ninguém a chamasse para jantar, ela não jantava. E se ninguém lhe dissesse que era tarde, ela ali ficava pela noite dentro a observar as luzes das janelas das casas alinhadas ao longo da estrada e os cães que passavam solitários e um ou outro aldeão cambaleante a tentar encontrar a casa onde dormia todos os dias depois de se ter afogado na taberna da aldeia.
E o seu corpo foi murchando, como murcha a flor sem água. Como murcham as árvores no Outono, como murcham os frutos nos beirais, à espera do Natal.
Sem assinaturas ou anotações.