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À medida que a violência no Iraque atingia níveis preocupantes em 2006, uma segunda frente de guerra irrompeu as altas instâncias da administração Bush. Bob Woodward leva os leitores a penetrar nas tensões, nos debates secretos, nos bastidores não oficiais, desconfiança e determinação no interior da Casa Branca, do Pentágono, do Departamento de Estado, as agências secretas e no quartel general norte-americano no Iraque. Com uma precisão e detalhe sem paralelo, este relato soberbo de um presidente em guerra descreve o período de nervos e incerteza no interior do governo norte-americano de 2006 até meados de 2008.
A Casa Branca lança uma estratégia renovada que exclui os militares. O General Geroge Casey, o comandante no Iraque, acredita que o Presidente Bush não compreende a guerra e conclui que perdeu a confiança do presidente. O Estado Maior Conjunto conduz também uma estratégia secreta que não leva a lado nenhum. À beira da revolta, preocupam-se que os militares sejam culpados pelo falhanço no Iraque.
A Secretária de Estado, Condoleezza Rice, opõe-se veementemente ao envio de mais militares para o Iraque e confronta o presidente, que responde que a oposição dela conduzirá à derrota. O presidente omite do vice-presidente Dick Cheney a decisão de despedir o Secretário da Defesa Donald Rumsfeld até dois dias antes de o anunciar. Um general do exército reformado usa os seus contactos, ao mais alto nível, para tomar decisões sobre a guerra, enquanto Bush e Cheney o usam para transmitir mensagens sensíveis fora da cadeia de comando.
Durante meses, a estratégia da administração continua secreta, sem prazo e sem pressa, em parte porque o facto de ser tornada pública poderia afectar os Republicanos nas eleições de 2006. O Conselheiro de Segurança Nacional Stephen J. Hadley diz a Rice, "Temos de nos manter abaixo do radar porque a campanha eleitoral está quente."
Woodward entrevistou personalidades chave, obteve dúzias de documentos nunca antes publicados e tem entrevistas exclusivas com o presidente Bush que alcançam quase as três horas de duração. O resultado é um relato perturbador que se inicia no ano 2006, quando a Casa Branca se apercebe de que a estratégia no Iraque não está a resultar, pela decisão de enviar mais 30 mil soldados em 2007 até 2008, quando a guerra se torna incómoda na campanha presidencial.
A Verdadeira Guerra coloca questões pertinentes sobre liderança, não apenas na guerra mas na forma como somos governados e nos perigos do segredo injustificado.