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Com a habitual mestria de Jaume Cabré e o seu inconfundível tom confessional, as histórias deste livro piscam o olho ao humor negro e à narrativa cinematográfica. Todas são perpassadas pela morte, e os «locais do crime» são habitados por gente que perdeu a fé, indivíduos que se confessam atormentados, vazios, rancorosos.
Quando a Penumbra Vem compõe-se de treze histórias que chamam à cena objectos e símbolos que entretecem uma espécie de estética do mal: personagens infames que vivem presas no passado, devido à culpa ou à vergonha. Coleccionadores de arte, ladrões de ovelhas, justiceiros a soldo, criminosos da pior estirpe - todos condenados a um desenlace cujo único pano de fundo possível é a morte. Para nenhum deles há redenção ou um lugar no paraíso.
Críticas de imprensa
«Um conjunto de histórias incisivas e apaixonadas em que não sobra uma palavra. Narrativas tocadas pela escuridão e pela raiva, mas também pela ironia e fantasia lúdica.»
El País
Excertos
«Eu diria que os soldados matam por ofício. Os mais conscientes são os da infantaria: vêem o inimigo cara a cara, ouvem o choro das crianças. Os bombistas nem sequer chegam a sentir o fedor a queimado que as suas acções provocam. Mas em geral todos matam de uma forma impessoal. Os mais parecidos comigo são os franco-atiradores: cada disparo é uma morte, digamos assim, personalizada, com dedicatória e tudo. Mas sempre com a segurança da distância e com a ajuda de uma bala. Vêem a vítima, mas não precisam realmente de conhecê-la. Eu não. Eu mato tu-cá-tu-lá: trabalho de proximidade. Mato pessoas com nome e apelido e que antes olhei nos olhos.»