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Sinopse
Teresa e Isabel foi, durante longos anos, uma obra banida, um manuscrito recusado pelos directores literários, em função de uma moral convencional que os fazia achar escandalosa a descrição sem barreiras de uma sensibilidade feminina. Hoje, pode enfim ler-se o livro tal como Violette Leduc o concebeu originalmente, com as suas páginas inéditas, ao mesmo tempo ásperas e preciosas, a sua linguagem nua e violenta que revela uma liberdade de tom que, até aos anos cinquenta, nenhuma mulher escritora ousara assumir.Teresa e Isabel, que Violette Leduc começara a escrever em 1948, incentivada por Simone de Beauvoir, constituía a primeira parte de um romance, Ravages, proposto às Éditions Gallimard em 1954. Considerado impublicável, o romance foi então censurado pelo editor. No início dos anos sessenta, a autora integra por isso uma parte deste texto no terceiro capítulo do seu romance La Bâtarde. A outra parte é publicada autonomamente em 1966. E só hoje a obra recupera a sua coerência inicial e a sua continuidade.Narrativa do amor de duas jovens colegiais, Teresa e Isabel baseia-se na história de uma das três paixões experimentadas por Violette Leduc na sua vida real. A sua recusa pelo editor mergulharia a autora num longo e doloroso processo depressivo, que apenas a sua consagração como escritora, ocorrida cerca de dez anos mais tarde, permitiria superar.
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“Durante esse instante de imobilidade, que nos era pessoal, a terra parou de girar, os homens cessaram de nascer, de viver, de morrer. O tempo, o espaço, os objectos, a consciência de nós mesmos tinham sido abolidos. Nós não existíamos a não ser nos nossos lábios unidos. “
“O amor é uma invenção esgotante.”
“Porque não posso eu reproduzir-me mil vezes e oferecer-lhe mil Teresas. Eu sou apenas eu própria. É demasiado pouco. Não sou uma floresta. Um fio de palha nos meus cabelos, um pedaço de confetti nas pregas do meu bibe, uma joaninha entre os meus dedos, uma penugem no meu pescoço, uma cicatriz na face, sufocavam-me. Por que é que não sou como a cabeleira do salgueiro para a mão dela que acaricia os meus cabelos?”
CONTEUDO LGBTQI+
nunca lido
sem marcas de uso