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Eis, finalmente, uma tentativa, de um dos mais famosos neurologistas mundiais, de sintetizar o que é conhecido acerca do funcionamento do cérebro humano. O Erro de Descartes merece tornar-se um clássico, Laureado com o Prémio Nobel. São, hoje em dia, bem conhecidos os mecanismos fisiológicos que se encontram associados a fenómenos como a respiração ou a circulação sanguínia. Mas que têm os cientista a dizer acerca dos mecanismos que suportam a recordação de uma paisagem, uma sensação de alegria ou um raciocínio conducente a uma tomada de decisão? Existe alguma correspondência entre estados mentais e estados cerebrais específicos? Qual é a relação entre a mente e o cérebro? É o ser humano, como propôs Descartes, composto por uma substância sem dimensão espacial (res cogitans – que pensa) e uma outra com dimensão espacial (res extensa – que come, respira e caminha), misteriosamente unidas num recanto perdido do cérebro? Estas são algumas das interrogações que um amigo imaginário de António Damásio lhe coloca e que dão origem a uma animada conversa que acompanhamos ao longo do livro, atentos e deliciados. E, se António Damásio reconhecer ter tido com esta conversa a oportunidade de pôr em ordem as suas ideias, o seu amigo, que pode bem ser qualquer um de nós, retirou vantagens não menores ao beneficiar de uma lição magistral onde muitos dos aspectos mais intrigantes do espírito humano foram explicados de uma forma brilhante. António Damásio, cientista português, é professor e chefe do Departamento de Neurologia da Universidade de Iowa e também docente no Salk Institute, na Califórnia. Foi galardoado, em conjunto com sua mulher, Hanna Damásio, com o Prémio Pessoa e recebeu o Prémio Beaumont da Associação Médica Americana, pelo seu trabalho em neurologia, área em que é um dos mais prestigiados investigadores a nível mundial. Recentemente, foi laureado com o prémio Príncipe das Astúrias.