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Bisneta ilegítima do rei Dom Sancho IV de Castela, tinha chegado a Portugal no séquito da princesa Dona Constança, futura mulher do príncipe. Apesar dos laços do matrimónio, acabou por ser Inês e não Constança quem incendiou o coração de Dom Pedro. Perdidamente apaixonado, o casal viveu então um amor proibido, até que, após a morte de Dona Constança, passou a partilhar o mesmo teto.
Dando largas à paixão que por tanto tempo haviam escondido, Pedro e Inês viveram dias idílicos, de paço em paço, até se instalarem em Coimbra, já casados e com três filhos. Certos de ali terem descoberto o seu jardim do Éden, amaram-se a cada dia sem medo do pecado, cedendo à paixão que lhes ardia no corpo e lhes completava a alma.
Esta ligação desagradou ao rei Dom Afonso IV, pai de Dom Pedro, que odiava Inês de Castro, ou não fosse ela filha de criação de Dom Afonso Sanches, meio-irmão do monarca e filho predileto de seu pai, Dom Dinis, para grande azedume de Dom Afonso IV. As intrigas políticas com que os conselheiros reais o sobressaltavam, alegando que os irmãos de Inês alimentavam pretensões à coroa portuguesa, ainda mais contribuíram para que o rei não descansasse enquanto não libertasse, da forma mais trágica e terrível, o filho do jugo da bela galega.
O amor de Pedro e Inês foi maior do que a vida, pulsando outrora, como hoje, no peito da própria alma lusitana, que o elevou a símbolo da paixão em Portugal.