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Na luta para se manter à tona da sua noite interior, Paulo de Trava Lobo, o herói de O Elogio da Dureza, escolhe como armas a literatura, o humor e a violência. Na literatura, encontra a possibilidade de se evadir e de se multiplicar benignamente pelas vidas de ficção; no humor, o Remédio Bocage amansa a sua amarga, acerba dor; nos comandos, torna se num dos coriáceos que consegue dar um passo depois do último. Afinal, quem é Paulo, um herói ou um anti-herói?
O romance de Rui de Azevedo Teixeira balança entre a universidade e a contra-guerrilha. A sensibilidade culta e inteligente das Letras e o magnífico terror dos tiros - em páginas inultrapassáveis de violência letal credível no romance português - formatam o protagonista. Comando refinado, que tanto desmonta, na escuridão, a G3, como conceitos de Eco, Barthes ou Kristeva, é um raro homem à parte. E, apesar de um período de relações rápidas, instantâneas até, é um romântico.
Num percurso vital que começa numa aldeia de Vila Velha do Mar, passa por Macau, Coimbra, Mafra, Luanda, savana e selva, Vila Figueira, Madeira e Porto Santo, e que termina nas tripeiras Antas e Foz, terá Paulo de Trava Lobo encontrado uma luz eleusina, ou outra, para amanhecer a sua noite interior?