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Quando as fogueiras se acenderam naquele dia 29 de Setembro de 1747, a noite que descia sobre Lisboa não tinha estrelas no céu. Era o auto-de-fé em que Martinho Pessoa (1694-1747), parente remoto de Fernando Pessoa, ia ser queimado vivo no teatro divino do Santo Ofício.
O Tribunal das Almas, de Fernando Paulouro Neves, é a narrativa desse homem. Através dela, regressamos a um tempo em que o terror e o medo, a prisão e a tortura, braços armados da Inquisição, faziam da vida o temor da denúncia de sangue infecto ou de heresia.
A biografia de Martinho Pessoa, arrostando a condição de suspeito, traduz esse passado infamante de ausência de liberdade que contribuiu para a persistência do medo de existir na sociedade portuguesa. Este O Tribunal das Almas é uma memória contra a Inquisição, uma história contra a tirania, em louvor da memória e da esperança.