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Entretida com os amigos, Lyra, a filha de Chris van Tulleken, passou-lhe um gelado para as mãos e foi brincar. O pai, cientista, doutorado, professor no University College de Londres, olhou intrigado para a reluzente bola cremosa com sabor a pistácio: apesar do tempo quente, não derretia. Porquê? Um ex-executivo de um gigante da indústria alimentar explicou-lhe: aquele gelado estava praticamente embalsamado. Tal como grande parte do que comemos.
Numa viagem alucinante pela indústria e ciência dos alimentos, o autor mostra-nos como começámos, há 150 anos, a transformar a comida numa coisa que já não é comida. E com base na literatura científica demonstra como esse padrão alimentar se tornou na principal causa de obesidade, mortes prematuras e destruição ambiental.
A culpa não é dos consumidores. A epidemia de obesidade é fruto da inércia governamental e do trabalho implacável de algumas corporações internacionais que começaram a substituir alimentos naturais (como o açúcar, o leite ou a manteiga) por alternativas sintéticas (gomas, emulsionantes).
Os novos aditivos são propositadamente concebidos para nos viciar. Chegam-nos servidos por um marketing sedutor e até com a validação de cientistas de prestígio, cujas pesquisas são financiadas pela indústria. E estão a transformar-nos em Pessoas Ultra Processadas.
Chris van Tulleken denuncia e apresenta soluções, mas recusa-se a dar conselhos ou sugerir dietas. Nem precisa. Quando for ao supermercado, sabendo o que aquelas comidas lhe estão a fazer, a si e aos seus filhos, a sua vida vai mesmo mudar (para muito melhor).