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Vesna começou a escrever a história da sua vida quando tomou consciência- confrontada com o diagnóstico de cancro da mama quando o filho tinha apenas dois anos - quão estranha a vida dela poderia um dia vir a parecer ao filho. Envolvida por memórias dos antepassados britânicos do filho que cumpriram serviço militar nas mais remotas regiões da Índia e de África, interrogava-se sobre se a história do mundo comunista de onde provinha não seria ainda mais estranha, precisamente por ter desaparecido de forma tão abrupta.
Ao escrever um livro através do qual o filho pudesse continuar a ouvir a voz dela, Vesna aprendeu a dar sentido às fracturas e às deslocações que marcaram a sua vida da mesma forma óbvia que cicatrizes que agora tem pelo corpo: "Na sua forma fragmentada, a minha vida faz todo o sentido. Não tem nada de extraordinário, mas à medida que vou tentando escrevê-la, consigo senti-la a queimar."
Numa prosa de rara precisão formal, Vesna conta a sua história, a da sua família e a dos seu país perdido, a Jugoslávia. Embora seja supostamente o relato de quarenta anos da vida de uma mulher apaixonada, Morangos de Chernobyl assinala os nascimentos e mortes de mundos inteiros. A cativante dissertação literária de Vesna Goldsworthy sobre a identidade, o amor e a pertença marca a emergência de um novo e irresistível talento literário.
Não está rasgado, não está dobrado, folhas por dentro intactas.