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Seguimos Beno a par e passo, escutando-lhe as narrativas, as paixões efémeras, a vida boémia, as noites de amor e de diálogos secretos.
"Naqueles anos, todos eles se tinham movido sem saberem muito bem se acordariam na manhã seguinte. Viviam numa febre constante, numa vertigem, num excesso permanente. Era preciso viver depressa e morrer, de preferência, ainda jovem. Nenhum deles alimentava projectos ou ambicionava fosse o que fosse. Era-lhes indiferente estar vivo ou morto. Mantinham-se nesse lugar mal iluminado e sem saída: a vida.Uns tinham fugido de casa dos pais, outros tinham-se exilado voluntariamente do mundo. Viviam espalhados por apartamentos de subúrbio, ou tinham viajado para países distantes de onde raramente regressavam. E, dos que ficaram, nenhum possuía uma ideia precisa daquilo que seria necessário fazer para não sucumbir em tamanha desolação. Nenhum deles tentara sequer explicar aos outros que estranho vazio que se apoderara de si. Restava-lhes a amizade e a cumplicidade de alguma paixão para resistirem ao caos devorador da cidade, e à moleza quase beata da geração a que se recusavam pertencer", escreve Al Berto em "Lunário".
Opinião de Leitores:
Um dos Livros Mais Bonitos
Pedro da Índia
Não conhecia o autor. Não conhecia o livro. Não sabia que em Portugal alguém tinha escrito assim. O livro mais bonito que já li de um autor português.
Excelente e Apaixonante
João Martins
Iniciei a leitura do livro e não consegui parar. Realmente viciante. Retrata de uma formas despretensiosa alguns temas ainda controversos no nosso presente.
Não Resisti
Marisa Pinto
Comprei este livro para oferecer, mas não resisti a dar uma espreitadela e acabei por ler o livro até ao fim. Ao ler imaginei-me a levar tb uma vida boémia, como seria? Onde me levaria?
Autor:
Poeta e editor português, de nome completo Alberto Raposo Pidwell Tavares, nasceu a 11 de janeiro de 1948, em Coimbra, e faleceu a 13 de junho de 1997, em Lisboa. Tendo vivido até à adolescência em Sines, exilou-se, entre 1967 e 1975, em Bruxelas, dedicando-se, entre outras actividades, ao estudo de Belas-Artes. Publicou o primeiro livro dois anos depois de regressar a Portugal.
Em mais de vinte anos de atividade literária, a expressão poética assumida por Al Berto, o pseudónimo do autor, distingue-se de qualquer outra experiência contemporânea pela agressividade (lexical, metafórica, da construção do discurso) com que responde à disforia que cerca todos os passos do homem num universo que lhe é hostil. Trazendo à memória as experiências poéticas de Michaux ou de Rimbaud, é no próprio sofrimento, na sua violenta exaltação, na capacidade de o tornar insuportavelmente presente (nas imagens de uma cidade putrefacta, na obsidiante recorrência da morte e do mal, sob todas as suas
formas) que a palavra encontra o seu poder exorcizante, combatendo o mal com o mal.
Estado do Livro: Completamente Novo
Titulo: Lunário
Autor: Al Berto
Edição: Assírio & Alvim
Páginas: 163