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Os testes de inteligencia fazem parecer que as crianças das classes populares são «menos inteligentes do que outras. É preciso ver de muito perto este resultado, pois que, se fosse tomado por metal sonante, teria como consequencia:
- justificar por critérios «científicos a segregação escolar e a divisão do trabalho
- negar que a classe operária, composta assim por indivíduos menos inteligentes que os outros,
é hoje a classe portadora de um futuro histórico
Pode-se duvidar, ao observar os factos, que os restes de inteligencia medem efectivamente aquilo que pretendem medir: uma aptidão individual. Com efeito, o quociente intelectual varia consideravelmente num mesmo indivíduo.
Na posse destes elementos temos o direito de concluir que os testes não são os instrumentos neutros de uma psicologia neutra, mas sim dispositivos ideológicos destinados a reforçar e a justificar o domínio da burguesia sobre o povo. Resta saber de que modo são compostos estes dispositivos, para que possam produzir efeito.
Autor: Michel Tort
Tradução: Madalena Andrade e Sousa e Mafalda Moreira Rato
Capa: João da Camara Leme
Editora: Editorial Notícias
Dimensões: 14 x 21 cm
Páginas: 177