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Livro: Quem dera o sangue fosse só o da menstruação
Autor: Debora Ribeiro e Maíra Vasconcelos
Editora: Urutau
2019
Peso: 235 g
Antologia poética feita por 63 mulheres do Brasil, Portugal, Argentina e Galiza. Mas o que é poder ser mulher? Ora é mãe solteira ora tem pinto ora é pobre ora se acha ora é gorda ora é negra ora não sabe dirigir ora não pode abortar ora não pode amamentar ora é louca ora é mimimi ora é loira burra ora é aproveitadora ora apanha ora é ciumenta… ora ora…
Poder ser mulher é driblar tudo que é ser homem e engolir lágrimas de cansaço ódio medo repúdio luta vitórias.
E a definição de quem pode ser mulher? Não basta dizer “sou mulher” – o outro precisa te reconhecer como. E não o faz. Ou é coitada ou é biXa ou é quenga. Mulher “que se dê valor”? Ah. Essa está em extinção. Recatar é lei. Submissão é garantia de casar. E se casou, ser mulher pra quê?
Ser mulher é tema batido. Ainda bem. De tanto recorrermos aos mesmos temas passamos a ver inúmeras mulheres juntas se reconhecendo e obrigando outras a reconhecerem espaço voz lugar de fala corpo escolhas. É aí que poder ser mulher ganha força.
Temos, nessa antologia de belas poetas, mulheres. Mulheres que podem ser indígenas estrangeiras lésbicas briguentas parceiras. E que estão envoltas de poesia… de desabafo de amor de querências de queixas de quem somos e seremos. Panfletárias.
Ser mulher é poder. E podemos. Podemos todos os dias. Podemos poder ser.
Vamos juntas
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