Cosmofobia

No Centro Social do Parque do Casino, confluem pessoas de todos os tipos. Na sua ludoteca, brincam crianças de muitas nacionalidades. E no ateliê de auto-ajuda para mulheres, reúnem-se equatorianas, marroquinas, senegalesas e espanholas que não partilham etnia, religião ou nem sequer língua, mas sim o verdadeiro sofrer. As crianças têm pais e irmãs, as irmãs têm namorados, os namorados têm amigos… e assim se vai fechando um círculo social que, na sua emaranhada rede de relações, integra pessoas de diferentes idades, raças e classes sociais que se misturam num caos imprevisível de destinos que se cruzam. Professores universitários, traficantes, vendedores ambulantes, actrizes em decadência, jovens executivas, estilistas, modelos de alta costura… Alguns não sabem se vão comer amanhã e outros têm pendurados nos armários vestidos de dezoito mil Euros…
Cosmofobia é um retrato colectivo e uma chamada de atenção para a verdadeira identidade de um tempo e uma realidade que, por vezes, não percebemos porque está demasiado perto. Vibrante e humorístico, violento e terno em alguns momentos, tão actual como o palpitar da própria rua.