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Esta é uma obra invulgar de um autor invulgar - A Teia do Tempo (The Unicorn Girl), de Michael Kurland. Nela, o autor aborda a possibilidade de deslocações no tempo e entre vias temporais paralelas. Um livro excecional, sem dúvida. Como se poderá depreender da transcrição seguinte:
Foi no ano depois das borboletas. As coisas tinham-se acalmado e tornado ao normal. A pílula da realidade, com as suas alucinações audiovisuais, era uma coisa do passado; o fornecimento esgotara-se, exceto uma ou outra que Chester parecia descobrir quando se sentia criativo. Mas a verdade é que, quando Chester se sentia criativo, não havia maneira de saber o que ele iria descobrir.
O único enigma na minha vida, de momento, era o desaparecimento desde há duas semanas, de um nosso amigo íntimo e membro da nossa "coorte", Tom Waters. Mas Tom era um mágico por vezes profissional e dado a desaparecimentos. Em geral, aparecia de súbito ao fim de alguns dias a queixar-se amargamente da falta de civilização para onde quer que ia. A civilização para Tom, era medida somente pela relativa abundância da manteiga de amendoim, bolinhos e cola; essa era a extensão em que ele se permitia comer e beber.
Chester Pé-Descalço Anderson estava no palco a tocar harpsicórdio eletrónico com o seu novo grupo, os Cinco Elven. Eu estava sentado no fundo do Útero Trémulo, tentando ignorar a música o bastante para compor um soneto a uma senhora de que me enamorara recentemente. Fosse como fosse, a música estava a abrir caminho através das minhas bem gastas sinapses, da parte orelhuda do meu cérebro até à parte da mãozinha sem parar em qualquer parte ao nível consciente.