O Vampirismo

Sensacionais e recentes operações cirúrgicas levaram as mais altas autoridades médicas a admitir que a definição oficial de «morte legal», que se apoiava até então na confirmação da paragem absoluta do coração e da respiração, seria de rever, tendo em consideração as conclusões resultantes das referidas operações.

Que dizer da imputrescibilidade absoluta do corpo e do sangue, dos órgãos essenciais, derivada da secreção de óleos necessários a uma espécie de auto-embalsamamento, que dizer da manutenção de uma temperatura muitas vezes próxima da dos vivos, da flexibilidade dos membros, e isto muitos anos após o sepultamento (alguns casos remontam a cerca de mil e oitocentos anos)?

Todos os organismos colhem a sua sobrevivência no meio ambiente. Não manterá ele uma actividade psíquica inconsciente e instintiva? Não se verificarão «saídas» do «duplo», análogas ao desdobramento dos vivos e talvez para fora e para longe do túmulo? É aqui que começa o grande mistério deste hinterland

É por isso que, nestas páginas, Robert Ambelain aborda o problema de comas prolongados e também este, ao mesmo tempo fascinante e terrível, o do vampirismo póstumo.