Cancro ponto e vírgula

Este é um livro especial por várias razões. Porque reflete a experiência de um instituto, o Ipatimup, que há vinte e cinco anos ajuda na descoberta das causas dos cancros contribuindo assim para a promoção e diagnóstico precoce desta doença. Porque serve simultaneamente de guião e de memória à exposição Cancro ponto e virgula que a Fundação Calouste Gulbenkian nos desafiou a fazer nas suas instalações a partir do modelo de exibição interativa que testámos com bastante sucesso, passe a imodéstia, na Câmara Municipal do Porto (Os passos da ciência nos paços do concelho). E porque foi escrito a várias mãos, desde as das gentes que produzem o conhecimento até às que são especialistas na sua comunicação ao público. Daí o recurso às perguntas, daí a ênfase na importância da ação (o comportamento), e do essencial em detrimento do acessório. O que se segue é uma sucessão de momentos que queríamos que fossem de desafio e aprendizagem e que pontuámos desde as reticências até ao ponto final, ancoradas sempre em perguntas: os pontos de interrogação primeiro, e os de exclamação, depois. Ao conjunto decidimos chamar, seguindo a lógica da pontuação, Cancro ponto e vírgula. 

Manuel Sobrinho Simões