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«O homem vulgar, antes dirigido, resolveu governar o mundo. Esta resolução de avançar para o primeiro plano social produziu-se nele automaticamente assim que amadureceu o novo tipo de homem que ele representa. Se, atendendo aos efeitos de vida pública, se estuda a estrutura psicológica deste novo tipo de homem-massa, encontra-se o seguinte: primeiro, uma impressão nativa e radical de que a vida é fácil, farta, sem limitações trágicas; portanto, cada indivíduo médio encontra em si uma sensação de domínio e triunfo que, segundo, o convida a afirmar-se a si mesmo tal qual é, a dar por bom e completo o seu haver moral e intelectual.
Este contentamento consigo próprio leva-o a fechar-se a qualquer instância exterior, a não ouvir, a não pôr em causa as suas opiniões e a não contar com os outros. A sua sensação íntima de domínio incentiva-o constantemente a exercer predomínio. Atuará, pois, como se no mundo só existissem ele e os seus congéneres: portanto, terceiro, intervirá em tudo impondo a sua opinião vulgar, sem consideração, contemplação, trâmites ou reservas, quer dizer, segundo um regime de ação direta.»
Uma questão que adquire renovada atualidade na sociedade das redes sociais