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«O Sena gelou, nesse ano. E eu nasci em maio. Sou eu a primavera.»
Paris, anos trinta. Ferdinand trabalha como médico num bairro pobre e, assistindo diariamente à miséria humana, deixa-se deambular pelas memórias da sua infância. Criado numa escura passagem da capital francesa, aprendeu a sobreviver entre a pobreza, a fantasia e os negócios duvidosos. Das revoltas de criança às exigências dos primeiros empregos, de uma educação em Inglaterra à amizade com um inventor excêntrico, a sua história é narrada num estilo frenético e delirante, misto de drama real e devaneio juvenil. O resultado é um texto de grande crueza, simultaneamente apaixonante e comovente pela poesia da sua escrita. Morte a Crédito foi publicado originalmente em 1936 e caiu como um relâmpago no meio literário francês. Permanece como uma experiência de leitura fascinante, exemplo do génio de um dos maiores novelistas franceses do século xx. A tradução portuguesa é de Luiza Neto Jorge.