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Como John Steinbeck e Robert Kappa salvaram o avô do autor.
Na cabeça de Steven, o avô paterno, que via sobretudo nas férias de verão na aldeia, era igual a todos os avôs que conhecia, sem nada de estranho ou assinalável. Até ao dia em que, já depois da sua morte, lhe foram parar às mãos uns cadernos escritos por ele ao longo de muitos anos, que revelavam uma pessoa completamente diferente: um homem que estava longe de ser bom e que levara uma vida tão absolutamente louca e aventurosa que - pertencendo a uma família judia - conseguira a proeza de se tornar gangster, mercenário, espião e até oficial superior das SS durante a Segunda Guerra Mundial, acabando prisioneiro num campo de trabalho russo. E mesmo que - como confessa o narrador deste relato surpreendente - se trate de alguém que cometeu crimes hediondos, é impossível aos leitores desta história não sentirem uma secreta admiração por este homem que, tendo vivido tantas vidas em tantos lugares, conseguiu afinal fazer-se esquecer.
Steven Braekeveldt, apostado em tirar o avô do anonimato, entrelaça nesta obra o mágico e o realista para nos contar uma vida única em episódios que recuam ao final do século XIX e que incluem personalidades conhecidas de todos, entre as quais o escritor John Steinbeck e o repórter Robert Kappa, de quem o protagonista foi amigo quando viveu em Nova Iorque.
Uma narrativa alucinante com um ritmo incrível, a não perder.