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Edição Bilingue
Prefácio de Gonçalo M. Tavares
Pedro Mexia - Coordenador da Colecção de Poesia
«A morte de quem se ama não nos transformará em massa informe. Uma recusa, portanto. E é essa proeza, esse heroísmo primeiro que observamos em Alguma Coisa Negro, de Jacques Roubaud.»
Gonçalo M. Tavares, Prefácio
«Alguma Coisa Negro (1986) é um in memoriam dedicado à artista canadiana Alix Cléo Roubaud, falecida aos 31 anos com uma embolia pulmonar. O seu viúvo, Jacques Roubaud, enfrenta uma afasia depressiva, e inventa fórmulas elegíacas que não as tradicionais (‘evocação, imprecação, futuro anterior’). A linguagem quer ir muito além de um banal ‘onde estás?’, ao mesmo tempo que contesta a incomunicabilidade entre emoção e experimentalismo. Em nove sequências com nove poemas de nove estrofes (herança das matemáticas, que o poeta estudou e ensinou, e dos constrangimentos formais tão apreciados pela confraria OuLiPo), o monólogo transforma‑se em diálogo virtual, hipotético. Roubaud formula proposições teóricas, meditações melancólicas, enquanto concebe outros mundos, possíveis ou ficcionais. A vida continua, a escuridão continua. E continua tudo o que Alix deixou: cartas, diários, gravações, fotografias, auto‑retratos. Imagens materiais e imagens mentais que unem os vivos e os mortos ou que os afastam mais ainda.»
Pedro Mexia