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Edição Ilustrada.
Em 1858, depois de um breve episódio de vida mundana em que conviveu com um pequeno clã de escritores (Goncourt, Sainte-Beuve, Baudelaire, Gautier, Renan e Feydeau) e em que esboçou o primeiro capítulo de Salammbô, Flaubert decidiu viajar para a Argélia e Cartago.
Após dois meses de viagens em incómodas caravanas de mulas e de inúmeras notas, Flaubert regressou e alterou de modo radical o primeiro capítulo. «Era absurdo! Impossível, falso!», escreveu em 20 de Junho a Feydeau. Até final do ano completou três capítulos, começando com o famoso festim dos mercenários, fragmento inultrapassável na descrição da brutalidade e do desejo.
Em poucas páginas, Flaubert constrói um monstruoso fogo-de-artifício da voracidade humana, não só pelas cenas e paixões que descreve, mas através da própria matéria das palavras.