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Em 1807, no auge das guerras napoleónicas, o príncipe-regente D. João decide o impensável: apesar de horrorizado com a ideia de cruzar o Atlântico, dá ordem para transferir a Corte inteira e o Governo para a maior colónia de Portugal, o Brasil.
É assim que, com as tropas de Junot às portas de Lisboa, 10 000 nobres, padres, ministros e criados fogem em debandada a bordo das frágeis embarcações da armada portuguesa. Zarpam sob escolta britânica numa viagem transatlântica de dois meses que se revelaria muito atribulada. Desembarcam enlameados, piolhosos e esfarrapados, para grande surpresa dos súbditos do Novo Mundo.
Assim começa um período de 13 anos de governação imperial portuguesa sediada no Brasil. Depressa o Rio de Janeiro é beneficiado com uma nova ópera, um jardim botânico luxuriante e um Paço Real - uma Versalhes tropical. Mas esta nova fachada metropolitana não ofusca a actividade frenética e brutal do então maior porto de escravos das Américas. Apesar dos esforços da Corte para ultrapassar as dificuldades do seu império, um novo Brasil despontava.
Entrelaçando uma narrativa cativante com um grande apuro histórico, Patrick Wilcken recria o extraordinário momento da história em que, pela primeira e única vez, uma colónia passava a sediar uma corte europeia.