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Existe uma mitologia a respeito das histórias de estrada e das bandas de rock’n roll. Ninguém melhor do que Tony Belloto para escrever uma das mais extraordinárias, divertidas, consoladoras e absurdas memórias do mundo do rock e dos seus cenários em torno da vida de um ex-guitarrista que recorda espectáculos, amores, muitos episódios de muito sexo, drogas e álcool - garantindo que «tudo isto aconteceu, mais ou menos». E, além disso, histórias de homicídio, de melancolia (com sua namorada Lien, filha de emigrantes coreanos) e de perdição em redor da música e da literatura (Lou Reed e Nabokov, Oscar Wilde e Jimi Henrix, William Blake e Frank Zappa, Balzac e The Clash, etc.). Ninguém consegue livrar-se da galeria que passa pelas páginas deste romance, evocando Jim Morrison, Exile on Main Street, Led Zeppelin, Are you experienced?, Appetite for Destruction, Black Sabbath, Sex Pistols, Kurt Cobain, Keith Richards ou Chuck Berry, enquanto a sua vida fica povoada de mulheres ninfomaníacas e de casos por resolver.
«Eu vou ser o Joseph Conrad do rock!», diz ele a certa altura.
Conseguiu. É uma viagem ao coração das trevas.