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[da contracapa:]
O monstro fugiu para cima da árvore. Qual será melhor: trazê-lo para baixo ou juntar-se a ele lá no alto? E haverá escolha? Ubardo é uma fantasia sobre o ar. O ar que circula, o ar que permeia, o ar que retém, o ar que suspende. O sentido privilegiado é ascensional, mas ao sabor de brisas e aberta a todas as correntes. A vontade fundamental é divergente, dispersa, vagabunda, furiosamente assimbólica. Em ocasiões, bastante nonsensical. O objectivo primeiro é sempre voar.
[excerto:]
PERSONAGENS
UBARDO, uma monstro aéreo
JOANA, uma rapariga silvestre
HENRIQUE, um ingénuo passeante
MANUEL E MANEL, os Manos Trinos
UMA CRIANÇA QUE DORME
PRIMEIRO ACTO
(A cena representa um bosque. Bem ao centro vemos um imenso carvalho, ou tão imenso quanto o espaço o consentir, robusto e pouco folhoso. Arbustos, silvas, musgos, estamos na Natureza. Empoleirado num ramo baixo do carvalho, à direita, está Ubardo, a personagem incuba do quadro O Pesadelo de Fuselli. À esquerda, perpendicular ao tronco da árvore, deitado de lado e virado para a sala, completamente estendido no chão, com o braço passado por baixo da cabeça e a mão tocando a árvore, está um rapazinho de oito anos a dormir. É de dia).
UBARDO - Havia a cor azul por todo o lado
para além era azul além além
num engenho de aço sossegado
do fundo do bico até à cauda
é tudo asa
um dia estou no chão vago e tristonho
parto velozmente
cada vez mais
depressa depressa e faz-se assim
está-se no ar
não se ouve nada tudo quieto
ar ar ar ar ar ar ar ar ar ar
ISBN: 9789722011228; 1.ª edição: agosto de 1993; capa mole; 150 x 230 x 20 mm; 178 pp.