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Prefácio de João Palma-Ferreira; transcrição de Luís Carvalho Dias; revisão ortográfica de Fernando Filipe Portugal.
"Texto magnífico de recursos imaginativos, marcado, em certos aspectos, pelo que H. Thomas considerou do foro da decadência das cavalarias, a Crónica do Imperador Maximiliano, que vem enriquecer o nosso património cultural, distingue-se como elemento de profundo interesse no itinerário da prosa de ficção em língua portuguesa, ainda que na sua origem possa estar alguma inspiração alheia."
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Motivos arturianos e clássicos entrelaçam-se na Crónica do Imperador Maximiliano que é uma das mais heterodoxas cavalarias do repositório nacional, com aspectos que ainda recordam a Diana, de Jorge de Montemor, quer através da personagem de Andrónico (na Diana, um dos protagonistas secundários é Andrónio, pai da gran pastora), quer mediante algumas descrições que fazem lembrar, no texto cavalheiresco, a linguagem de Montemor. Recordemos, a propósito, que o autor da Diana foi a Castela, em 1543, integrado na comitiva da Infanta D. Maria, aquando do seu casamento com o ainda prícipe Filipe, filho de Carlos V e bisneto de Maximiliano: ainda aqui poderíamos encontrar outro pretexto para a redacção de uma crónica, encomiástica e cavalheiresca, de um Áustria lendário e engrandecido pelo prestigio histórico e já por duas vezes, através da politica de casamentos. ligado, por descendência, aos reis de Portugal. Texto magnifico de recursos imaginativos. marcado, em certo aspectos, pelo que H. Thomas considerou do foro da decadência das cavalarias, a Crónica do Imperador Maximiliano, que vem enriquecer o nosso património cultural, distingue-se como elemento de profundo interesse no itinerário da prosa de ficção em língua portuguesa, ainda que na sua origem possa estar alguma inspiração alheia. O estudo pormenorizado deste romance de cavalaria revelará talvez, o modo como o cavalheirismo, por mecanismos próprios de estilo e de adaptação à situação moral do tempo, se encaminha para a solução sentimental, sem descurar do suporte do maravilhoso que supre, muitas vezes as carências do estudo psicológico das personagens.
Do Prefácio