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Escritas em 1915, um ano depois de A Confissõa de Lúcio, as novelas de Céu em Fogo revelam alguns dos leit-motiv caros a Sá-Carneiro: o tédio perante um quotidiano banal, e por isso insuportável, a fuga para mundos fantásticos ou quiméricos, a obsessão da morte e do suicídio como únicas soluções.
O que atrai as personagens (evidentes projecções do Autor) é o raro, o invulgar, o inesperado, o bizarro, o espantoso, o alucinatório até à loucura, mas, perante o implacável de um mundo que rejeita tosa a infracção às suas normas, todas essas aspirações trazem a marca da frustração.
Ma altura da publicação, Céu em Fogo gerou um ambiente de escândalo, dividindo as opiniões dos críticos. Era a época em que a gente bem-pensante olhava, com irónico desprezo, para os recém-chegados ao mundo das letras como eram, por exemplo, Mário de Sá-carneiro ou Fernando Pessoa.