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Este livro dirige-se a todos aqueles que se interrogam acerca da complexidade do fenómeno ecológico: será a ecologia de direita ou de esquerda? Qual será o seu futuro? Conseguirá ela afirmar-se como uma resposta à altura da crise moral e política planetária actual?
Veiculando valores e práticas contraditórias, a ecologia surge como um «saco sem fundo» onde cada um escolhe o que lhe convém. Para os «realistas» ela insere-se na protecção do ambiente e constitui o «complemento de alma» da sociedade moderna.
para outros ela é, pelo contrário, toda uma maneira de habitar o mundo que é preciso repensar. É o estudo destes diferentes entendimentos da ecologia, e do seu possível futuro, que constitui o primeiro objecto deste ensaio.
Os seus autores põem, assim, em evidência aquilo que lhes parece constituir o maior equívoco da ecologia: em nome de uma visão futurista da natureza cuja gestão exigiria cada vez mais ciência e tecnologia, a ecologia poderia perfeitamente inscrever-se num movimento geral de artificialização da vida, de mobilidade generalizada dos indivíduos e de dualização das sociedades. E aí poderia ver-se, consequentemente, reforçada uma outra via: ao veicular o desespero dos excluídos da civilização pós-industrial, a ecologia poderia ser tentada a apoiar-se em mitos tradicionalistas ainda com bastante vitalidade. Ela acompanharia, assim, a escalada dos nacionalismos autoritários, da xenofobia e do racismo. É através de uma reflexão sobre duas questões centrais, a da definição das necessidades e da relação com a terra, que os autores exploram por fim uma «terceira via», da ecologia, baseada no universalismo, no igualitarismo e na solidariedade com os excluídos do sistema.