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El-Rei Dom Dinis, redige a 04 de Janeiro de 1289 aquele que haveria de ser o primeiro passo para a criação da nova póvoa, assente agora sobre um cabeço ou outeiro, onde o Corgo e o Cabril se encontram.
Recriando um mundo, a partir do granito de que são feitas as encostas do outeiro, onde a cidade assenta, e daquele que provem das ruínas que jazem em torno do Santuário de Panóias de antiga grandiosidade em toda a Península, o autor leva-nos a um tempo esquecido, pleno de mistérios e enigmas. É esse tempo, que nos retrata com maestria, um mundo tão real ou irreal que será possível reconhecer nele se não personagens com que nos cruzamos na vida, pelo menos algumas que nos povoam os sonhos… ou os pesadelos: Simão da Cruz, um jovem pedreiro, fugido por um crime cometido em Guimarães, Maria da Conceição que na companhia do pai e dos irmãos, abandona pela calada da noite, a terra incógnita e ingrata onde nasceu, para buscarem nestas terras recônditas de Trás-os-Montes uma vida melhor. Ou ainda Manuel Mestre-de-Obras que constrói os muros da vila, Zacarias o prestamista, a quem muitos devem e de quem poucos gostam, e Adosinda, a Bruxa do Corgo vista pela maioria com desconfiança, e tantos outros, todos vigiados pelo tolo de nome Robalo, personagem mais do que todas enigmática e que nos surpreende a cada página. A história de um fidalgo que tudo faz para que a cidade não vingue, em oposição ao esforço de um povo que luta pela sua edificação.