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"Aquece o coração. Durante o dia, o calor pesa e apetece ir até à fonte romana e ficar, como dantes, à espera das raparigas que iam buscar água, quando faltava nas torneiras das casas e nos marcos públicos. Vinham do cimo e do fundo da vila, do Rossio e da Portela. Os rapazes aguardavam a chegada delas e tentavam fazer o impossível, encaminhando-as para outros sítios, para a eira ou, pelo menos, para o lado da porta das muralhas. Hoje não é preciso criar tantas armadilhas inocentes. Joana já viu o que tinha a ver, do mundo, e lembra-se da pensão onde ficavam os caixeiros-viajantes. O doutor Madureira chegava, ao fim da tarde, e a senhora tinha o chá pronto na mesa da cozinha. Pequenas delicadezas que eram o sinal da diferença entre eles e os hóspedes de passagem. - Joana, põe as mesas. - E lá punha as toalhas na sala, e o doutor Madureira ficava sentado no escano, à lareira, se era Inverno, até a senhora dizer: - Pode ir jantar. Se estava alguém de fora, Dulce tratava-o por senhor doutor. Se não estava, era assim, com um acento doce na voz e no olhar."
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